Você já sentiu o coração acelerar sem motivo aparente, perdeu peso rapidamente ou teve olhos inchados e saltados? Esses podem ser sinais da doença de Graves, uma condição autoimune que afeta a tireoide e impacta diversos sistemas do corpo. Apesar de pouco falada, é mais comum do que se imagina, principalmente entre mulheres. O diagnóstico precoce pode evitar complicações sérias.
Neste artigo, você vai entender o que é a doença de Graves, quais são seus principais sintomas, como é feito o diagnóstico e qual o tratamento indicado.
O que é a doença de Graves?
A doença de Graves é uma condição autoimune que provoca o hipertireoidismo, ou seja, a produção excessiva de hormônios pela glândula tireoide. Ela ocorre quando o sistema imunológico passa a produzir anticorpos que estimulam a tireoide a funcionar mais do que deveria.
Essa produção desregulada interfere no metabolismo, levando o corpo a “funcionar rápido demais”, o que pode desencadear uma série de sintomas incômodos e, em casos não tratados, perigosos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a doença de Graves é a causa mais comum de hipertireoidismo em adultos, especialmente mulheres entre 30 e 50 anos.
Principais sintomas da doença de Graves
Os sinais da doença de Graves são variados e, muitas vezes, confundidos com outras condições. Por isso, é fundamental observar o conjunto de sintomas e sua persistência. Os mais comuns incluem:
1. Aceleração dos batimentos cardíacos
Um dos primeiros sinais é a taquicardia, mesmo em repouso. O coração parece estar sempre em alerta.
2. Perda de peso sem causa aparente
Mesmo comendo normalmente, ou até mais do que o habitual, muitas pessoas perdem peso de forma rápida e preocupante.
3. Intolerância ao calor e suor excessivo
A sensação de calor constante e a sudorese abundante estão ligadas ao metabolismo acelerado causado pela doença de Graves.
4. Tremores e nervosismo
Os tremores nas mãos e o nervosismo excessivo sem motivo claro são frequentes.
5. Alterações nos olhos
A chamada oftalmopatia de Graves provoca olhos esbugalhados, ressecados, vermelhos e, às vezes, visão dupla. Em alguns casos, a condição pode causar dor e dificuldade para fechar as pálpebras.
6. Menstruação irregular e infertilidade
Nas mulheres, os desequilíbrios hormonais podem impactar o ciclo menstrual e até a fertilidade.
7. Cansaço e fraqueza muscular
Mesmo com tanta energia aparente, o corpo sofre um desgaste que pode causar fraqueza, especialmente nos braços e pernas.
Causas e fatores de risco
A doença de Graves tem origem autoimune, mas fatores genéticos e ambientais podem influenciar seu surgimento. Os principais fatores de risco incluem:
- Histórico familiar da doença
- Sexo feminino (as mulheres são até 7 vezes mais afetadas)
- Presença de outras doenças autoimunes, como lúpus ou diabetes tipo 1
- Tabagismo (especialmente no agravamento dos sintomas oculares)
- Estresse excessivo
Estudos mostram que o estresse pode desencadear ou agravar quadros de doença de Graves, tornando o cuidado emocional parte importante da prevenção.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da doença de Graves envolve uma combinação de exames clínicos e laboratoriais. O endocrinologista avalia os sintomas, o histórico familiar e solicita exames como:
- Dosagem de TSH, T3 e T4: Avaliam os níveis hormonais da tireoide
- Anticorpos antirreceptores de TSH (TRAb): Confirmam a natureza autoimune da doença
- Ultrassonografia da tireoide: Verifica o tamanho e a vascularização da glândula
- Cintilografia da tireoide: Mostra a captação de iodo pela glândula, importante para diferenciar tipos de hipertireoidismo
Quanto antes a doença for identificada, maiores são as chances de um tratamento eficaz e com menos impacto na qualidade de vida.
Tratamento da doença de Graves
O tratamento da doença de Graves é individualizado, variando conforme a gravidade do caso, idade do paciente, presença de oftalmopatia e resposta aos medicamentos. As opções incluem:
1. Medicamentos antitireoidianos
São usados para reduzir a produção dos hormônios T3 e T4. Os principais são o metimazol e o propiltiouracil.
2. Terapia com iodo radioativo
O iodo radioativo destrói parte das células da tireoide, controlando a produção hormonal. Pode levar ao hipotireoidismo, que é tratado com reposição hormonal.
3. Cirurgia (tireoidectomia)
Indicado para casos graves, com bócio volumoso ou oftalmopatia importante. Envolve a remoção total ou parcial da glândula.
4. Tratamento dos olhos
Em casos de oftalmopatia de Graves, podem ser necessários colírios, corticoides, radioterapia ou cirurgia para descompressão orbital.
Além disso, o acompanhamento com endocrinologista é essencial para o ajuste do tratamento e prevenção de recaídas.
Doença de Graves tem cura?
A doença de Graves não tem uma cura definitiva, pois é uma condição autoimune crônica. No entanto, com o tratamento adequado e o acompanhamento médico constante, é possível controlar os sintomas e ter uma vida normal.
Muitas pessoas entram em remissão e ficam anos sem apresentar sintomas. Outras precisam de tratamento contínuo, mas com qualidade de vida preservada.
Quando procurar um endocrinologista?
Se você apresenta sintomas como perda de peso sem explicação, tremores, olhos saltados ou sensação constante de cansaço, é importante procurar um endocrinologista para uma avaliação completa. O diagnóstico precoce evita complicações como arritmias, osteoporose e até crises tireotóxicas.
A Dra. Ana Bárbara Trizzotti é endocrinologista e atua com foco em doenças da tireoide, oferecendo atendimento humanizado e baseado em evidências. Com o suporte certo, é possível controlar a doença de Graves e viver com mais saúde e equilíbrio.
Conclusão: cuide da sua tireoide e viva com mais qualidade
A doença de Graves pode parecer assustadora à primeira vista, mas o conhecimento é a chave para o controle. Ao identificar os sintomas precocemente e buscar ajuda médica, você ganha tempo e saúde. Não ignore sinais do seu corpo.
Lembre-se: sintomas como olhos saltados, perda de peso rápida e palpitações não devem ser normalizados.
Se você se identificou com os sintomas ou tem histórico familiar de doenças autoimunes, agende uma consulta com a Dra. Ana Bárbara Trizzotti. Cuidar da sua tireoide é cuidar do seu corpo como um todo.