Gordura visceral: o perigo que não aparece no espelho

Gordura visceral o perigo que não aparece no espelho dra ana barbara trizzotti endocrinologista botucatu

Imagine um iceberg: a parte visível é pequena, mas a maior parte está escondida sob a água, invisível. Assim funciona a gordura visceral, ela não se vê no espelho, mas pode causar estragos sérios no organismo.

Neste post você vai entender exatamente o que é gordura visceral, por que ela é mais perigosa do que a gordura que vemos (subcutânea) e, principalmente, o que fazer para mantê-la sob controle, inclusive quando o peso “aparente” está normal.

O que é gordura visceral

Gordura subcutânea x gordura visceral

A gordura subcutânea é a que se acumula logo abaixo da pele. É aquela “colinha” que vemos nos braços, nas coxas, no abdômen. Ela pode incomodar visualmente, mas em geral traz menos risco à saúde.

Já a gordura visceral fica localizada mais profundamente, ao redor dos órgãos internos como fígado, pâncreas, coração e intestino. Invisível no olhar, tem impacto direto sobre o metabolismo e aumenta o risco de doenças graves.

Por que a gordura visceral é mais perigosa

A gordura visceral age quase como um órgão adicional, liberando substâncias inflamatórias e hormônios que favorecem resistência à insulina, pressão alta, alterações no colesterol, fígado gorduroso e, com o tempo, risco aumentado de infarto e derrame. Pesquisas brasileiras mostram que excesso de gordura visceral está diretamente ligado à doença arterial coronariana (Fapesp).

Quem pode ter gordura visceral em excesso

A gordura visceral pode se acumular tanto em pessoas obesas, com sobrepeso ou magras. O problema não está apenas no peso total, mas na forma como a gordura é distribuída pelo corpo. Por isso, existe o chamado “falso magro”: indivíduos com índice de massa corporal (IMC) dentro da faixa considerada normal, mas que apresentam níveis elevados de gordura visceral e, consequentemente, risco aumentado de doenças metabólicas.

Principais fatores de risco

  • Sedentarismo
  • Dieta rica em açúcar, carboidratos refinados e gorduras ruins
  • Sono insuficiente (a Mayo Clinic mostrou que dormir pouco aumenta gordura abdominal prejudicial, inclusive a gordura visceral)
  • Genética
  • Resistência à insulina
  • Consumo excessivo de álcool
  • Alterações hormonais

Consequências da gordura visceral

O acúmulo de gordura visceral pode resultar em problemas sérios de saúde.

A resistência à insulina favorece o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Substâncias inflamatórias aumentam a pressão nos vasos sanguíneos, elevando o risco de hipertensão arterial.

A inflamação crônica, associada à dislipidemia, facilita a formação de placas de gordura nas artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares como infarto e AVC.

Além disso, está fortemente ligada à esteatose hepática. Um estudo do ELSA-Brasil mostrou que mais de 35% dos brasileiros acima de 35 anos já apresentam gordura no fígado, o que aumenta risco de diabetes e complicações graves (UOL).

Outros impactos incluem alterações hormonais, maior risco de síndrome metabólica e até consequências neurológicas ligadas à inflamação crônica provocada pela gordura visceral.

Como identificar a gordura visceral

Embora exames de imagem sejam a forma mais precisa, existem alguns sinais de alerta. A circunferência abdominal é um indicador simples: acima de 80 cm em mulheres e 94–102 cm em homens já sugere risco aumentado de excesso de gordura visceral (CRSP).

Exames de bioimpedância, ultrassom, tomografia e ressonância magnética podem quantificar melhor essa gordura. Além disso, alterações em exames de sangue como glicemia, colesterol e enzimas do fígado podem indicar que há acúmulo de gordura visceral.

O acompanhamento com um endocrinologista é essencial para interpretar esses dados no contexto do histórico clínico e dos fatores genéticos de cada pessoa.

Como reduzir gordura visceral

A boa notícia é que a gordura visceral responde bem a mudanças de estilo de vida.

  • Alimentação equilibrada: priorize fibras, proteínas magras e gorduras boas; reduza ultraprocessados e açúcares adicionados.
  • Exercício físico regular: tanto atividades aeróbicas quanto musculação ajudam a reduzir a gordura visceral.
  • Sono adequado: dormir 7 a 9 horas por noite evita o acúmulo de gordura abdominal.
  • Controle do estresse: técnicas de relaxamento reduzem o excesso de cortisol, que favorece a gordura visceral.
  • Acompanhamento médico: perda de cerca de 10% do peso já reduz significativamente a gordura visceral e melhora indicadores metabólicos.

Pequenas mudanças consistentes trazem grandes resultados, e o acompanhamento de um endocrinologista ajuda a tornar esse processo seguro e eficaz.

Conclusão

A gordura visceral é um inimigo silencioso. Não aparece no espelho, mas pode comprometer gravemente a saúde. Mesmo pessoas magras podem ter excesso dela e, consequentemente, maior risco de diabetes, hipertensão, infarto e fígado gorduroso.

Com pequenas mudanças no estilo de vida já é possível reduzir seus efeitos, mas nada substitui a avaliação de um especialista. Se você tem histórico familiar de doenças metabólicas, sente que sua barriga está aumentando mesmo sem ganho de peso proporcional ou apresentou exames alterados, este é o momento de agir.

Agende uma consulta com a Dra. Ana Bárbara Trizzotti. Com a orientação de uma endocrinologista, você terá diagnóstico preciso, acompanhamento próximo e um plano personalizado para controlar a gordura visceral e proteger sua saúde a longo prazo.

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Dra. Ana Bárbara Trizzotti

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