Você já parou para pensar que o excesso de peso pode ir muito além da estética? Assim como um solo desregulado interfere na saúde das plantas, o desequilíbrio metabólico provocado pela obesidade cria um ambiente propício para o surgimento de doenças graves, incluindo diversos tipos de câncer.
Neste artigo, a endocrinologista Dra. Ana Bárbara Trizzotti explica de forma clara como a obesidade pode aumentar o risco de câncer, com base em estudos recentes e dados atualizados de instituições de referência no Brasil. Se você busca entender melhor os impactos desse problema de saúde pública, continue a leitura e descubra como prevenir e agir com responsabilidade.
O que é obesidade e por que ela preocupa tanto?
A obesidade é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que pode prejudicar o funcionamento do organismo e aumentar o risco de várias doenças. Segundo o relatório mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), citado pela Agência Brasil, um em cada três brasileiros está com obesidade diagnosticada.
Esse dado alarmante reflete uma tendência crescente observada há décadas. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, a obesidade entre adultos brasileiros passou de 12,2% em 2003 para 26,8% em 2019.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica destaca que o diagnóstico da obesidade deve ir além do simples cálculo do IMC, considerando aspectos metabólicos, inflamatórios e hormonais. Isso reforça a complexidade da doença e sua forte ligação com outras condições, incluindo o câncer.
Qual a relação entre obesidade e câncer?
A obesidade está associada a alterações hormonais, inflamatórias e imunológicas que favorecem o surgimento e a progressão de células cancerígenas. O corpo com excesso de gordura visceral passa a produzir mais substâncias inflamatórias, como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), que interferem nos mecanismos naturais de proteção celular.
Além disso, a obesidade promove o aumento de hormônios como insulina e estrogênio, que, em excesso, estimulam o crescimento celular desordenado e dificultam a apoptose, processo natural de eliminação de células defeituosas.
Essas alterações criam um ambiente favorável para o surgimento de vários tipos de câncer, tornando a obesidade um fator de risco modificável que não deve ser ignorado.
Quais tipos de câncer estão mais associados à obesidade?
Diversos estudos e observações clínicas indicam uma relação significativa entre obesidade e o aumento do risco para determinados tipos de câncer. Os principais incluem:
- Câncer de mama (especialmente após a menopausa)
- Câncer de endométrio
- Câncer de intestino (cólon e reto)
- Câncer de rim
- Câncer de fígado
- Câncer de pâncreas
- Câncer de vesícula biliar
- Câncer de esôfago
Estima-se que, em alguns casos, até 20% dos diagnósticos de câncer poderiam ser evitados com a redução do peso corporal e a adoção de hábitos de vida saudáveis. A obesidade também pode dificultar o tratamento de pacientes já diagnosticados com câncer, comprometendo a resposta à quimioterapia, a recuperação cirúrgica e o prognóstico geral.
Obesidade não é falta de força de vontade
Um ponto importante para se destacar é que a obesidade não é resultado de preguiça ou descuido. Trata-se de uma condição complexa e multifatorial, que envolve fatores genéticos, hormonais, emocionais, ambientais e sociais.
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) reforça a importância de políticas públicas integradas e do acompanhamento profissional para enfrentar a epidemia da obesidade no Brasil. Isso inclui atendimento com endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos, além do combate à desinformação sobre alimentação e saúde.
Nesse cenário, o papel do endocrinologista é fundamental. A Dra. Ana Bárbara Trizzotti atua com abordagem individualizada, investigando possíveis causas hormonais e metabólicas da obesidade e elaborando planos terapêuticos baseados em evidências científicas.
Como reduzir o risco de câncer por meio do controle da obesidade?
Felizmente, mudanças nos hábitos de vida e o acompanhamento médico adequado podem reduzir significativamente o risco de câncer relacionado à obesidade. Veja algumas estratégias importantes:
1. Reeducação alimentar
Adotar uma alimentação equilibrada, rica em vegetais, frutas, fibras, cereais integrais e pobre em alimentos ultraprocessados, é um passo essencial. Pequenas mudanças consistentes são mais eficazes do que dietas radicais e temporárias.
2. Prática regular de atividade física
A atividade física ajuda a queimar calorias, regular hormônios, reduzir a inflamação e fortalecer o sistema imunológico. Não é necessário começar com exercícios intensos. Caminhadas diárias e movimentar-se com frequência já geram resultados positivos.
3. Controle de estresse e sono
Estresse crônico e noites mal dormidas alteram os níveis hormonais, aumentam a fome e dificultam o emagrecimento. Estratégias como meditação, respiração consciente e higiene do sono ajudam na regulação do metabolismo.
4. Acompanhamento com especialista
O endocrinologista pode solicitar exames, identificar distúrbios hormonais, acompanhar a evolução clínica e recomendar medicações ou procedimentos, quando necessário. O tratamento deve ser sempre individualizado e respeitar o ritmo de cada pessoa.
Quando é hora de procurar ajuda?
Você não precisa esperar complicações para procurar um especialista. Se você está com excesso de peso, sente dificuldade para emagrecer ou quer entender melhor seu metabolismo, um endocrinologista pode orientar o melhor caminho.
Casos com histórico familiar de câncer, alterações menstruais, cansaço extremo, apneia do sono ou resistência à insulina merecem atenção especial. Identificar os riscos precocemente permite agir antes que os danos à saúde se tornem mais graves.
Cuidar do peso é cuidar da vida
A obesidade é um problema de saúde pública que afeta milhões de brasileiros e está diretamente ligada ao aumento do risco de câncer. No entanto, esse cenário pode ser mudado com informação de qualidade, acompanhamento médico e escolhas conscientes.
Cuidar do peso não é sobre se encaixar em padrões, mas sim sobre preservar a saúde, prevenir doenças graves e viver com mais energia e qualidade de vida. A prevenção começa com um passo. E esse passo pode ser marcar uma consulta com a Dra. Ana Bárbara Trizzotti.
Se você se identificou com este conteúdo e quer cuidar da sua saúde com responsabilidade, agende sua consulta e receba um plano personalizado para sua realidade.
A Dra. Ana Bárbara Trizzotti oferece um atendimento acolhedor, baseado na ciência e com foco no bem-estar completo do paciente. O objetivo é não apenas tratar, mas transformar vidas por meio da prevenção.