Padrões alimentares na obesidade: quais são e como influenciam sua saúde

Padrões alimentares na obesidade - dra ana barbara trizzoti endocrinologista botucatu

Você já parou para pensar que não é apenas o que comemos, mas como comemos que pode impactar diretamente na obesidade? Muitas pessoas acreditam que a obesidade está ligada unicamente ao excesso de calorias, mas a ciência mostra que os padrões alimentares desempenham papel fundamental no ganho de peso, na dificuldade de emagrecer e até no desenvolvimento de doenças associadas, como diabetes e hipertensão.

Entender os diferentes tipos de padrões alimentares na obesidade é o primeiro passo para identificar comportamentos que podem estar sabotando sua saúde e buscar ajuda especializada.

Neste artigo, você vai conhecer os principais tipos de padrões alimentares na obesidade (hiperfágico prandial, comedor noturno, beliscador e compulsivo), como eles afetam o corpo e o que pode ser feito para tratá-los.

O que são padrões alimentares na obesidade?

Quando falamos em padrões alimentares na obesidade, estamos nos referindo a comportamentos repetitivos relacionados à forma de se alimentar, como horários, frequência e quantidade de comida ingerida. Eles não são apenas hábitos, mas sim perfis de comportamento alimentar que ajudam a explicar por que algumas pessoas ganham peso de forma mais rápida ou têm maior dificuldade de emagrecer.

De acordo com estudos publicados na literatura médica, esses padrões estão diretamente relacionados à desregulação dos sinais de fome e saciedade, ao impacto emocional da comida e até ao funcionamento do metabolismo.

Reconhecer esses padrões é essencial, porque muitas vezes a obesidade não está ligada apenas à vontade de comer, mas a fatores emocionais, psicológicos e até hormonais.

Padrão hiperfágico prandial: excesso nas refeições principais

O padrão hiperfágico prandial é caracterizado pelo consumo exagerado de alimentos nas refeições principais, como almoço e jantar. Pessoas que se encaixam nesse perfil costumam demorar a sentir saciedade, o que leva a pratos muito cheios, repetições e ingestão de calorias bem acima do necessário.

Esse comportamento pode estar relacionado a alterações hormonais  como a grelina (hormônio da fome) e a leptina (hormônio da saciedade)  e também à baixa percepção corporal.

Além disso, o hiperfágico prandial muitas vezes consome grandes quantidades de alimentos ricos em carboidratos simples e gorduras, o que aumenta ainda mais o risco de obesidade e síndrome metabólica.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o desequilíbrio alimentar desse tipo pode desencadear resistência à insulina e aumentar as chances de desenvolver diabetes tipo 2.

Padrão comedor noturno: fome fora de hora

Outro padrão alimentar muito comum na obesidade é o comedor noturno, caracterizado pelo consumo excessivo de alimentos após o jantar ou até durante a madrugada. Muitas vezes, essas pessoas não sentem tanta fome durante o dia, mas à noite apresentam episódios de ingestão alimentar elevada.

Esse comportamento está associado a alterações no ritmo circadiano e nos níveis hormonais, principalmente de melatonina, cortisol e insulina. Estudos mostram que comer tarde da noite prejudica o metabolismo, aumenta o acúmulo de gordura abdominal e dificulta a perda de peso.

Além disso, o comedor noturno tende a escolher alimentos mais calóricos e menos nutritivos, como doces, massas e ultraprocessados, o que agrava ainda mais o risco de obesidade.

Padrão beliscador: pequenas porções, grandes impactos

O beliscador é aquela pessoa que passa o dia inteiro comendo pequenas quantidades, mas raramente faz uma refeição estruturada. O problema desse padrão é que a soma dos “beliscos” pode facilmente ultrapassar as calorias necessárias para o dia.

Normalmente, o beliscador recorre a lanches ultraprocessados, biscoitos, pães, salgadinhos e bebidas açucaradas, alimentos de alto índice glicêmico que favorecem picos de insulina e armazenamento de gordura.

Esse comportamento também está muito relacionado ao aspecto emocional: a comida funciona como válvula de escape para ansiedade, estresse ou até tédio.

Um levantamento realizado no Brasil mostrou que o aumento do consumo de ultraprocessados está diretamente ligado ao avanço da obesidade na população adulta.

Padrão compulsivo: quando a comida vira perda de controle

Entre os padrões alimentares na obesidade, o mais grave é o compulsivo, caracterizado por episódios em que a pessoa perde completamente o controle sobre o que está comendo. Nessas situações, ocorre a ingestão de grandes quantidades de comida em pouco tempo, acompanhada de sentimentos de culpa, vergonha e angústia.

Esse padrão está relacionado ao transtorno de compulsão alimentar periódica (TCAP), reconhecido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Ele pode afetar profundamente a saúde física e emocional do indivíduo, aumentando o risco de depressão, ansiedade e isolamento social.

O tratamento do padrão compulsivo exige acompanhamento multiprofissional, incluindo endocrinologista, nutricionista e psicólogo.

Como identificar seu padrão alimentar

Reconhecer o padrão alimentar predominante é essencial para direcionar o tratamento da obesidade. Algumas perguntas podem ajudar:

  • Você sente mais fome à noite do que durante o dia?
  • Costuma repetir o prato nas refeições principais?
  • Passa o dia beliscando sem perceber?
  • Já teve episódios de comer muito sem conseguir parar?

Essas reflexões são o primeiro passo para entender os comportamentos que estão influenciando o peso e a saúde.

Estratégias de tratamento dos padrões alimentares na obesidade

O tratamento não é apenas sobre restrição de calorias, mas sim sobre reeducação alimentar e comportamental. Entre as principais estratégias estão:

  • Acompanhamento endocrinológico para avaliar desequilíbrios hormonais
  • Plano alimentar personalizado com nutricionista
  • Psicoterapia para lidar com ansiedade, compulsão ou comer emocional
  • Técnicas de atenção plena para melhorar a percepção de saciedade
  • Avaliação de medicamentos em casos específicos, sempre com prescrição médica

Estudos mostram que pacientes que recebem acompanhamento multiprofissional têm resultados mais consistentes e duradouros no tratamento da obesidade.

Conclusão: seu padrão alimentar pode estar impedindo seu emagrecimento

Agora que você conhece os principais padrões alimentares na obesidade, fica claro que identificar e tratar esses comportamentos é essencial para conquistar uma vida mais saudável.

Seja você hiperfágico prandial, comedor noturno, beliscador ou compulsivo, cada padrão exige uma estratégia específica de cuidado  e tentar resolver sozinho nem sempre traz resultados.

O acompanhamento com um especialista é fundamental para transformar sua relação com a comida, alcançar o peso adequado e reduzir riscos de doenças graves.

A Dra. Ana Bárbara Trizzotti, médica endocrinologista, pode ajudar você a identificar seu padrão alimentar e traçar um plano individualizado de tratamento. Agende sua consulta e dê o primeiro passo para recuperar sua saúde e qualidade de vida.

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Dra. Ana Bárbara Trizzotti

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