Testosterona em mulheres: quando dosar e por que nem sempre repor é indicado

Testosterona em mulheres_ quando dosar e por que nem sempre repor é indicado - Dra ana barbara trizzotti endocrinologista botucatu lencois paulista

Nos últimos anos, muitas pessoas passaram a acreditar que a testosterona em mulheres é uma espécie de “hormônio mágico”. Cansaço, queda de cabelo, ganho de peso, falta de libido… tudo passou a ser associado à tal da testosterona baixa. Mas será que isso faz sentido? Será que toda mulher que está se sentindo assim precisa mesmo repor esse hormônio?

Na prática clínica, a realidade é bem diferente. A dosagem de testosterona em mulheres só deve ser feita quando há sinais específicos de excesso, e não de deficiência. Isso mesmo. A endocrinologia atual é muito clara nesse ponto: na maioria dos casos, a reposição não é recomendada apenas com base em exames de sangue com níveis baixos.

Neste artigo, você vai entender por que isso acontece, quais são os verdadeiros motivos para dosar a testosterona em mulheres e quando a reposição pode ou não ser indicada.

O que é testosterona e qual o papel dela na saúde da mulher?

A testosterona é um hormônio androgênico, geralmente conhecido como “hormônio masculino”, mas que também está presente em mulheres, em menores quantidades. Ela é produzida principalmente pelos ovários e pelas glândulas adrenais.

Nas mulheres, a testosterona tem funções importantes, como:

  • Contribuir para o desejo sexual
  • Manter a densidade óssea
  • Ajudar na manutenção da massa muscular
  • Influenciar o humor e a energia

Porém, ao contrário do que muitos pensam, a produção da testosterona nas mulheres não é linear nem constante. Os níveis variam ao longo do ciclo menstrual, com a idade e com outros fatores hormonais.

Quando realmente é necessário dosar a testosterona em mulheres?

A dosagem de testosterona em mulheres é um exame laboratorial que deve ser solicitado com critério. De acordo com diretrizes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a medição da testosterona só é indicada em casos de suspeita de excesso hormonal, e não de deficiência.

Mas o que isso significa na prática?

Sintomas que indicam excesso de testosterona:

  • Aumento de pelos no rosto, tórax ou abdômen (hirsutismo)
  • Acne resistente
  • Queda de cabelo em padrão masculino
  • Voz mais grave
  • Aumento do clitóris
  • Ciclos menstruais irregulares

Esses sinais levantam a suspeita de hiperandrogenismo, uma condição frequentemente associada à síndrome dos ovários policísticos (SOP), tumores ovarianos ou adrenais e hiperplasia adrenal congênita.

Nesses casos, dosar a testosterona total, e se possível a testosterona livre ou biodisponível, é fundamental para o diagnóstico correto.

E quando a testosterona aparece “baixa” no exame?

Aqui está um ponto importante: os exames laboratoriais de testosterona em mulheres nem sempre refletem corretamente o que está acontecendo no corpo.

Isso acontece por vários motivos:

  • Os métodos de dosagem podem ter baixa sensibilidade em valores baixos, o que é comum nas mulheres
  • O valor de referência para mulheres ainda é alvo de debate
  • Níveis baixos nem sempre indicam deficiência clínica

Além disso, é natural que a testosterona vá diminuindo com a idade, especialmente após a menopausa. No entanto, essa redução nem sempre causa sintomas. E quando causa, eles geralmente têm múltiplas causas, como alterações em outros hormônios, estilo de vida, saúde emocional e outros fatores.

Ou seja, não se deve repor testosterona apenas porque o exame mostrou um valor abaixo da média.

Por que a reposição de testosterona não é indicada de forma rotineira para mulheres?

Reposição hormonal deve sempre seguir critérios médicos bem estabelecidos. No caso da testosterona em mulheres, as evidências científicas não recomendam o uso rotineiro, exceto em situações muito específicas.

A única indicação reconhecida internacionalmente é a síndrome do desejo sexual hipoativo (DSH) em mulheres na pós-menopausa. Mesmo nessa condição, o tratamento deve ser feito com muita cautela e por tempo limitado.

Riscos da reposição inadequada:

  • Acne e oleosidade excessiva
  • Aumento de pelos no corpo e face
  • Alterações na voz
  • Ganho de peso e retenção de líquidos
  • Aumento do risco cardiovascular
  • Problemas hepáticos
  • Supressão de hormônios naturais

O uso fora das indicações médicas, popularizado por influenciadores e redes sociais, pode parecer inofensivo, mas representa um risco real à saúde.

Testosterona “baixa” pode ser consequência, não causa

Outro ponto que merece destaque: quando uma mulher apresenta sintomas como cansaço, desânimo, ganho de peso ou perda de libido, é comum que tudo seja atribuído à testosterona baixa. No entanto, na maioria das vezes, a causa está em outro lugar.

É preciso investigar:

  • Problemas na tireoide (como hipotireoidismo)
  • Deficiências de ferro ou vitaminas
  • Transtornos do sono, como apneia
  • Depressão ou ansiedade
  • Menopausa ou desequilíbrio hormonal natural
  • Estresse crônico
  • Má alimentação e sedentarismo

Em muitos casos, quando esses fatores são tratados, os sintomas desaparecem sem que seja necessário repor testosterona.

O papel do endocrinologista é fundamental

A boa prática médica se baseia em evidências, ética e cuidado individualizado. Por isso, qualquer avaliação sobre níveis hormonais deve ser feita por um endocrinologista experiente, como a Dra. Ana Bárbara Trizzotti.

Durante a consulta, é possível:

  • Avaliar seus sintomas com profundidade
  • Identificar se há um problema hormonal ou outro fator envolvido
  • Propor um tratamento completo e seguro

A Dra. Ana Bárbara tem vasta experiência em saúde hormonal feminina e pode te orientar com clareza, segurança e empatia.

Conclusão: cuidado com promessas milagrosas

A testosterona tem seu papel no corpo da mulher, mas está longe de ser a solução mágica para todos os sintomas. A dosagem deve ser feita apenas quando há sinais de excesso. Já a reposição, só é indicada em situações muito específicas e sob acompanhamento médico.

Buscar respostas rápidas e soluções hormonais sem a devida orientação pode causar mais danos do que benefícios. Por isso, é fundamental olhar para o corpo de forma integral, avaliando fatores físicos, emocionais e hormonais.

Se você tem dúvidas sobre sua saúde hormonal, está se sentindo diferente ou já considerou o uso de testosterona por conta própria, agende uma consulta com a Dra. Ana Bárbara Trizzotti. Cuidar de você com responsabilidade e informação é o primeiro passo para se sentir bem novamente.

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