Ultraprocessados: como esses alimentos afetam sua saúde e seus hormônios

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Quanto da sua alimentação vem de pacotes, caixinhas ou saquinhos prontos? Refrigerantes, sucos industrializados, pizzas congeladas, nuggets e até pães de forma fazem parte de um grupo chamado alimentos ultraprocessados. Eles estão cada vez mais presentes nas mesas das famílias brasileiras e, muitas vezes, a gente nem percebe.

O problema é que esses alimentos carregam substâncias químicas que o nosso corpo não reconhece, e isso traz impactos sérios: obesidade, diabetes, hipertensão, desequilíbrios hormonais e até mortes precoces. 

Neste artigo, você vai entender o que são os ultraprocessados, como identificar esses produtos no supermercado, os principais riscos para a saúde e por que procurar um endocrinologista pode fazer toda a diferença.

O que são alimentos ultraprocessados?

A classificação NOVA, desenvolvida por pesquisadores da USP, divide os alimentos em quatro grupos: in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados.

Os ultraprocessados são aqueles que passam por várias etapas industriais e recebem aditivos como corantes, conservantes, aromatizantes, emulsificantes e adoçantes artificiais. São produtos feitos para durar mais, ter sabores intensos e gerar praticidade, mas com baixo valor nutricional.

Exemplos incluem refrigerantes, bolachas recheadas, salgadinhos de pacote, embutidos, refeições congeladas e até alguns pães industrializados.

Um estudo recente do NUPENS/USP mostrou que, em média, 20% das calorias ingeridas diariamente pelos brasileiros vêm de ultraprocessados. Em alguns municípios, esse percentual ultrapassa 30%. Isso significa que boa parte da nossa energia vem de produtos artificiais, em vez de alimentos frescos e naturais.

Por que os ultraprocessados fazem mal?

Os ultraprocessados não prejudicam a saúde apenas pela falta de nutrientes. Eles são cheios de açúcares, gorduras ruins, sódio em excesso e substâncias químicas que alteram o funcionamento do corpo.

Uma pesquisa publicada pela Agência Brasil revelou que quase 99% dos ultraprocessados vendidos no Brasil contém ingredientes nocivos, como excesso de açúcar, sal, gorduras saturadas e aditivos artificiais para dar cor e sabor. Ou seja: praticamente todos os produtos desse tipo fazem mal de alguma forma.

Entre os problemas de saúde associados, estão:

  • Obesidade, que cresce em todas as faixas etárias e já preocupa também entre crianças.
  • Diabetes tipo 2, favorecida pela resistência à insulina causada pelo excesso de açúcar e aditivos.
  • Hipertensão arterial, estimulada pelo alto teor de sódio.
  • Doenças cardiovasculares e câncer, associados a uma dieta rica nesses alimentos.

Além disso, estima-se que o consumo de ultraprocessados tenha relação com dezenas de milhares de mortes precoces no Brasil todos os anos, mostrando que o impacto não é apenas individual, mas também social e econômico.

Impactos hormonais dos ultraprocessados

Um ponto pouco comentado é que os ultraprocessados podem interferir nos hormônios. Alguns aditivos funcionam como disruptores endócrinos, substâncias que atrapalham a produção ou a ação hormonal.

Isso pode gerar consequências como:

  • Alterações nos hormônios da fome e saciedade, aumentando a compulsão alimentar.
  • Resistência à insulina, que abre caminho para o diabetes tipo 2.
  • Problemas na tireoide, por causa de compostos químicos que afetam essa glândula.
  • Dificuldades reprodutivas, já que os hormônios sexuais também podem ser prejudicados.

Esses efeitos não aparecem de imediato, mas se acumulam ao longo do tempo, reforçando a importância da prevenção.

Crianças e adolescentes: um alerta urgente

O consumo de ultraprocessados é ainda mais preocupante quando pensamos nas crianças. Estudos no Brasil apontam que grande parte das crianças brasileiras já consome ultraprocessados antes mesmo dos 2 anos de idade. Isso contribui para o aumento de obesidade infantil e, consequentemente, para o risco de doenças como diabetes e hipertensão cada vez mais cedo.

Além de comprometer a saúde na infância, a exposição precoce cria hábitos alimentares difíceis de mudar ao longo da vida. É por isso que especialistas defendem políticas públicas de incentivo à alimentação saudável, além do papel fundamental da família em oferecer alimentos frescos no dia a dia.

Como identificar ultraprocessados no rótulo

A boa notícia é que você pode aprender a identificar se um produto é ultraprocessado. Algumas dicas simples:

  • Quanto maior e mais complicada for a lista de ingredientes, maior a chance de ser ultraprocessado.
  • Se o rótulo traz nomes que não parecem ingredientes naturais, como xarope de glicose, glutamato monossódico, corantes ou aromatizantes artificiais, desconfie.
  • Produtos “light”, “zero” ou “diet” também costumam ser ultraprocessados, pois contêm adoçantes e outros aditivos.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) é uma organização independente e sem fins lucrativos que atua na proteção dos direitos do consumidor e na promoção de escolhas mais conscientes. No site do IDEC, existe uma página dedicada a ensinar de forma prática como ler os rótulos dos alimentos e identificar ingredientes que podem ser prejudiciais à saúde

Além disso,é possível consultar diversas marcas conhecidas de produtos ultraprocessados, verificar  a lista de ingredientes de diferentes alimentos e até encontrar sugestões de substituições por opções mais saudáveis, incluindo receitas caseiras.

O papel da endocrinologia na prevenção

Entender os impactos dos ultraprocessados é apenas o primeiro passo. Para mudar hábitos e recuperar a saúde, muitas vezes é preciso orientação médica.

O endocrinologista é o especialista em metabolismo e hormônios. Ele pode identificar alterações relacionadas ao consumo de ultraprocessados, acompanhar doenças como obesidade e diabetes e orientar escolhas alimentares que favoreçam o equilíbrio hormonal.

Se você sente dificuldade em controlar o peso, alterações no sono, cansaço constante, irregularidade menstrual ou sinais de desequilíbrios metabólicos, é hora de procurar ajuda profissional.

Conclusão: hora de repensar sua alimentação

Os ultraprocessados estão cada vez mais presentes na nossa rotina, mas não podemos normalizar isso. Eles estão ligados à obesidade, diabetes, desequilíbrios hormonais, mortes precoces e até bilhões em custos para a saúde pública.

Repensar nossas escolhas, reduzir o consumo desses produtos e optar por alimentos naturais é uma forma de cuidar do corpo hoje e no futuro.

A Dra. Ana Bárbara Trizzotti, endocrinologista, pode ajudar você a prevenir doenças relacionadas ao consumo excessivo de ultraprocessados, como obesidade, diabetes e alterações hormonais. Com uma avaliação individualizada, ela orienta mudanças no estilo de vida e estratégias personalizadas para que você tenha mais saúde, energia e qualidade de vida a longo prazo.

Agende sua consulta e dê o primeiro passo para transformar sua saúde.

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Dra. Ana Bárbara Trizzotti

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